Segue abaixo um texto recebido em 2000, que na época foi encaminhado como um caso verídico (não sei se é mesmo):
O TÓXICO ME MATOU
Sinto muito, meu pai, acho que esse diálogo é o último que tenho com o senhor.
Sinto muito mesmo.
Sabe: está em tempo do senhor saber a verdade que nunca suspeitou.
Vou ser breve e claro.
O tóxico me matou, meu pai: travei conhecimento com meu assassino aos 15 ou 16 anos de idade. É horrível, não pai?
Sabe como nós conhecemos isso?
Através de um cidadão elegantemente vestido, bem elegante mesmo e bem falante, que nos apresentou ao nosso futuro assassino. O tóxico.
Eu tentei, mas tentei mesmo recusar, mas o cidadão mexeu com com meu brio, dizendo que não era homem.
Não preciso dizer mais nada, não é? Ingressei no mundo do tóxico. No começo foram as tonturas, depois o devaneio e a seguir a escuridão. Não fazia nada sem que o tóxico estivesse presente.
Depois veio a falta de ar, medo, alucinação, depois euforia novamente.
Sabe, pai, a gente quando começa, acha tudo ridículo e muito engraçado. Até a Deus eu achava ridículo. Hoje, neste hospital, eu reconheço que Deus é o ser mais importante no mundo. Eu sei que sem a ajuda Dele eu não estaria escrevendo o que estou.
Pai, o senhor não pode acreditar, mas a vida de um toxicômano é terrível, a gente se sente dilacerado por dentro. É horrível e todo jovem deve saber disso para não entrar nessa.
Já não posso dar três passos sem me cansar. Os médicos dizem que vou ficar curado, mas quando saem do quarto, balançam a cabeça.
Pai, eu só tenho 19 anos e eis que não tenho a menor chance de viver; é muito tarde para mim. Para o senhor, tenho um último pedido a fazer.
Diga a todos os jovens o que o senhor conhece e mostre a eles esta carta. Diga a eles que em cada porta de escola, em cada cursinho, em cada faculdade, em qualquer lugar, há sempre um homem elegantemente vestido, bem falante, que irá mostrar-lhes o seu futuro assassino, o destruidor de suas vidas e levará à loucura e à morte como eu.
Por favor, faça isso, meu pai, antes que seja tarde demais também para eles.
Perdoe-me meu pai.
Já sofri demais.
Perdoe-me por fazê-lo sofrer também pelas minhas loucuras.
Adeus meu pai.
OBS.: depois desta carta ele morreu. Fato verídico, Hospital Vinte e três de maio, São Paulo
Confesso não conhecer o hospital citado no fim, mas como disse antes, recebi o e-mail em 2000 e decidi colocar no blog
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