domingo, 29 de junho de 2014

Coyame, 1974



O incidente UFO Coyame foi uma colisão no ar relatada entre um OVNI e um pequeno avião teria ocorrido em 25 de agosto de 1974, perto da cidade de Coyame, Chihuahua, perto da fronteira EUA-México. Alguns teóricos da conspiração acreditam que o UFO foi recuperado por uma equipe de resposta rápida do Governo Estados Unidos montada por agências militares e de inteligência.

Trajetória do UFO
Em 24 de agosto de 1974, um radar de defesa aérea dos EUA detectou um objeto desconhecido no Golfo do México, viajando a cerca de 4.000 km / h, e se dirigiu para Corpus Christi, Texas. De repente, o objeto mudou de direção e se dirigiu para Coyame, Chihuahua, México. Aproximadamente ao mesmo tempo, um pequeno avião decolou de El Paso, Texas à caminho da Cidade do México. O radar EUA detectou tanto o UFO quanto o pequeno avião, e monitorou por um tempo até que seus sinais desapareceram simultaneamente e no mesmo local sobre o México.
O governo mexicano enviou uma equipe para recuperar o pequeno avião e seus passageiros, enquanto os EUA continuou a acompanhar a situação. Os militares dos EUA ofereceram sua experiência de recuperação para o governo mexicano, mas o governo mexicano recusou. Na base aérea de radar militar dos EUA, quatro helicópteros Huey foram preparados assim como uma equipe de recuperação de 15 homens. O grupo americano incluía Capitão Lawrence Merley, tenente Randall Bishop, tenente Eduardo Ramirez, tenente Benjamin Rodes, o sargento Miles Terence e tenente Jerome Smit. O grupo entrou clandestinamente México após interceptar a comunicação de rádio mexicano dando a localização do local do acidente.
Após a sua chegada ao local do acidente, o grupo americano deparou com um objeto metálico estranho, na forma de um disco e exibindo o que parecia ser sinais de impacto frontal e destroços notáveis, juntamente com os restos queimados do pequeno avião, um Cessna 180. A uma curta distância dos destroços foi encontrado também um jipe ​​verde  pertencente aos militares mexicanos e contendo os corpos de quatro soldados mexicanos. Os soldados foram Capitão Arguelles Rogelio Gonzalez (B-72354), o sargento Teófilo Margarito Puebla (B-72544),  José Trinidad Meraz (A-12309) e Ricardo Velazquez (B-905523). Seus corpos mostravam sinais de morte por asfixia. Eles também estavam em posse de suas armas de fogo, mas não mostraram nenhuma evidência de tentar usá-las. Um dos helicópteros Huey pegou o UFO e levou a cerca de 15 quilômetros, onde um comboio americano aguardava para levá-lo através do trilho para a Base Aérea de Wright-Patterson.

Corpo de soldado morto em Coyame, pelo History Channel
O paradeiro do UFO é até hoje, desconhecido. Quanto aos soldados mexicanos mortos, o exército mexicano nega que tal incidente tenha ocorrido. Isto, apesar das evidências esmagadoras apresentadas em relatórios mexicanos da época e disponíveis no arquivo geral de comunicações de rádio do exército mexicano. Os nomes e as patentes dos soldados mexicanos são até hoje, oficialmente negados pelo governo mexicano também.
O incidente em Coyame veio à tona em 1992, quando uma carta do caso foi enviada anonimamente para alguns investigadores de OVNIs nos Estados Unidos e Europa. O documento foi intitulado “resultados de pesquisas sobre a queda do OVNI em Chihuahua” e foi endereçada “para todos integrantes da equipe Deneb”. Em Washington D.C., Elaine Douglass, do grupo UFO Direito de Saber, recebeu uma cópia e encaminhou à Leonard Stringfield, que incluiu em sua publicação de 1994, UFO Retrievals Crash: procure por prova em uma sala de espelhos. Reconhecido como o primeiro pesquisador UFO a dar credibilidade séria a relatos de UFOs acidentados, Stringfield escreveu que o incidente em Coyame foi “escrita por autoridades, usando terminologia correta e militar e ao contrário de um boato, traça uma linha entre a chamada prova concreta e o que é especulativo”.
Resultado
Depois que o relatório veio à tona em 1992, a história do incidente UFO Coyame permaneceu dormente até 2005, quando os produtores da série de tv a cabo UFO Files, exibido no canal History, criou um espetáculo com base no relatório. O show, chamado “Roswell do México”, foi um dos vários episódios sobre UFO, semelhante ao incidente de 1947 em Roswell. Escrito por Vincent Kralyevich e Scott Miller, “Roswell do México” foi ao ar em 12 de dezembro de 2005, e contou com comentários do veterano investigador ufólogo Ruben Uriarte. Uriarte já havia investigado os casos de OVNIs no México e foi a ligação do MUFON a grupos ufológicos civis do México.

Fonte: http://en.wikipedia.org/wiki/Coyame_UFO_incident

Copa do Mundo 2014 em 4 atos: 2o ato (Holanda x Chile)

Chegada ao estádio
Bom, com um pouco de atraso ... coisa pouca, apenas uma semana, vamos ao dia 23/06/2014 quando ocorreu o jogo Holanda x Chile pelo grupo B da Copa do Mundo. Serei totalmente imparcial, apesar da torcida pela Holanda. Hup Holland hup! (escapou)
Vamos pular a parte do café da manhã e ir direto para a viagem. Em Pinheiros começou o encontro entre as torcidas, mas tudo na paz, apenas com cantoria. Precisamos fazer uma parada na Paulista para resolver uma questão particular e a estação Consolação tinha filas de torcedores para comprar o bilhete para o metrô. Muito mais chilenos, que ficavam com seu grito "Chi-Chi-Chi le-le-le! Viva Chile"!! Depois de resolver nosso problema, voltamos para o metrô e a situação não havia mudado. Hup Holland hup! (hehe)
Um raro momento de tranquilidade na chegada
A viagem até a Luz foi tranquila ... desta vez formos pelo expresso, direto da estação da Luz para Itaquera. Caramba, que trem lotado. Para variar com muuuuuitos chilenos e seu grito-chiclé! Os holandeses mais tímidos, só olhavam e riam nervosamente. Haviam percebido que seriam minoria no jogo. Claro que nós brasileiros nos dividiríamos entre as seleções, só não sei em qual proporção. No meio do trajeto alguém gritou "COLÔMBIAAAA". Havia um grupo de colombianos caracterizados indo para o jogo também. Algumas pessoas aplaudiram, outros gritaram Holanda ou então Chile. Esperei o alarido diminuir e gritei "SHAKIRAAAA". Risada geral ...
Um parêntese aqui ... devido a problemas técnicos (digamos, bateria dos smartphones) são poucas as fotos ... problema resolvido no dia 26, mas não vou me adiantar agora.
Dessa vez chegamos com menos tampo para o jogo, então decidimos ir rápido para o estádio (rá ... piada). Seguimos a procissão ... muita gente, de vários países. Alemães, mexicanos, argentinos entre outros, além dos protagonistas do jogo. Tinha até direito a alguns Gullits!!!!!
Os Gullits
Depois de enfrentar o frio no jogo anterior, haja calor! Estranho, mas bem vindo nesse início de inverno. Dentro do estádio clima de festa ... e mais chilenos que holandeses.
Jogo bom, muita festa e para variar os gols saíram do outro lado do campo! Espero que no próximo jogo seja diferente. Enfim, 2 a 0 para nós, ops, para os holandeses. Classificação em primeiro lugar, empurrando o Chile para o segundo.
Parece que o mundo estava saindo do estádio outra vez. Diversas línguas, bandeiras ... e adivinhem: mais festa. O bom é que nada de gritos chilenos ... ufa!!!
Depois do jogo, do esforço, da torcida, nada melhor que chopp, óbvio. E lá fomos nós para o shopping beber. Ainda ficamos para a fan-fest, durante o jogo do Brasil, onde rolou muita curtição.
Enfim, já era 21h e decidimos voltar para casa. Pernas doloridas, muito álcool, suados, mas felizes. Valeu a pena ter ido e presenciado mais um jogo. E que venha Bélgica x Coreia do Sul!!!!!!


sábado, 28 de junho de 2014

Noite oficial dos OVNIs

Ozires Silva
Na noite de 19 de maio de 1986, os radares que controlam os céus brasileiros sobre São Paulo, Rio de Janeiro e Anápolis de repente começaram a ver coisas estranhas! Até hoje os fenômenos daquelas poucas horas frenéticas  não foram explicados. Além dos operadores dos radares do CINDACTA 1 (Primeiro Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle do Tráfego Aéreo), pilotos de caça e da aviação civil participaram da tentativa de identificação daqueles plotes inexplicáveis e fizeram, inclusive, contatos visuais, mas até hoje não há soluções concretas para o ocorrido.
A situação teve início por volta das 19:00 horas, quando o Coronel Aviador Ozires Silva comandava o que podia ser um de seus últimos voos na Embraer, já que estava deixando a presidência desta, para assumir a Petrobrás. Após quase duas horas voando a bordo de um turboélice Xingu, já próximo a Poços de Caldas e a 22 mil pés de altitude, o Coronel Ozires e seu copiloto Alcir Pereira da Silva foram surpreendidos com um questionamento do CINDACTA 1. O controlador deste Centro perguntava sobre um possível contato visual com três alvos não identificados, que apareciam no radar.
Sem que avistassem algo, resolveram então manter a proa, aproximando-se de São José dos Campos, na direção indicada pelo controlador. Foi assim que, mais tarde, avistaram algo com aparência semelhante à de um astro. Uma luz muito forte e fixa no espaço. Sua cor era a de um forte amarelo, com tendência ao vermelho. Por volta das 22:00 horas, quando mais se aproximavam do objeto, mais ele desvanecia, até desaparecer por completo. Decidiram então voar para leste, cruzando o Aeródromo de São José, rumo a um segundo objeto aparentemente situado ao sul de Taubaté.
Abaixo de seu nível de voo, a cerca de 600 metros do solo, se depararam com uma nova luminosidade, com a aparência de uma lâmpada fluorescente. Era difícil acreditar que o controlador tivesse esse objeto em seu radar, já que ele se encontrava voando baixo e a 250 km da antena do radar de Sorocaba. Para ver o testemunho de Ozires Silva, que ele registrou em seu livro, clique com seu mouse em DISCOS VOADORES EXISTEM? – este texto está no último capítulo de seu livro. O Coronel Ozires Silva ocupou vários cargos de destaque no Brasil, entre eles: presidência da EMBRAER, presidência da PETROBRÁS, Ministro da Infraestrutura no governo Collor e a presidência da VARING.
Este acontecimento foi apenas o início de uma noite misteriosa, na qual cinco caças da Força Aérea Brasileira foram empregados na tentativa de identificar tais objetos. Este tipo de acontecimento não é usual, mas a urgência em identificar aqueles plotes radar foi determinante para que o CINDACTA 1 acionasse os caças naquela noite.
O que os controladores estavam vendo em suas telas naquele momento não constituíam tráfegos de aviões, e nem nuvens. Aqueles pontos não estavam dentro das configurações dos computadores do Controle de Tráfego Aéreo como um retorno radar habitual, e a situação foi imediatamente reportada ao CINDACTA 1 em Brasília, que, por sua vez, repassou a informação para o Centro de Operações de Defesa Aeroespacial (CODA).
Eram 21:20 horas quando o Chefe do CODA, o então Major Aviador Ney Antunes Cerqueira, que já havia sido informado sobre a ocorrência, chegou ao Centro de Operações Militares (COpM). Sua primeira providência foi acionar o avião de alerta da Base Aérea de Santa Cruz, no Rio de Janeiro, para que este interceptasse sem demora o alvo não identificado.
No Rio de Janeiro, o piloto do alerta era o Tenente Aviador Kleber Marinho, hoje Primeiro-Tenente da Reserva, com 250 horas voadas em caças F-5 e um total de 900 na Força Aérea: “Como piloto de alerta naquele dia, fui contatado pelo oficial de permanência, na Vila dos Oficiais, local onde morava.
Northrop F5 da FAB
A informação passada era a de doutrina e treinamento, e me dirigi diretamente para o avião e só depois da decolagem é que recebi as específicas instruções necessárias à minha missão. O piloto de alerta não precisa passar pela burocracia de um voo normal. O avião já está preparado para a decolagem”. Com os motores rugindo, o F-5 decolou rumo ao manto da noite. Eram 22:10 horas.
Ao mesmo tempo, outro alvo era detectado a nordeste de Anápolis, no longínquo Estado de Goiás, o que fez com que os pilotos de caça sediados na Base Aérea daquela cidade também fossem acionados. O primeiro a decolar, em um dos F-103 Mirage, foi o então Capitão Aviador Rodolfo da Silva e Souza.
É importante frisar que os radares, até então, eram desenvolvidos para detectar alvos de, no mínimo, dois metros quadrados, mas não permitia ainda que o seu operador conseguisse avaliar as suas reais dimensões.
Na Base Aérea de Santa Cruz, um segundo avião foi acionado. “Foi uma tremenda coincidência”, diz o então Capitão Jordão, segundo piloto de F-5 a levantar voo naquela noite. “Eu não estava escalado de alerta. Tinha ficado em Santa Cruz para estudar para uma prova de ensaio de voo. Quando o alerta foi acionado, pensei que era treinamento e continuei estudando, até que o soldado de serviço veio com a informação de que estavam precisando de outro piloto para voar. Ele só disse que havia alguma situação de detecção de contatos desconhecidos e que até o avião reabastecer deveria ser acionado. Sempre tem um avião reserva preparado”, diz Jordão, “no caso, quem não estava preparado era eu, o piloto! Mas eu é que estava no Esquadrão e então fui. O Kleber foi o primeiro. Para a gente, era um treinamento normal, mas, com a evolução da situação, outro F-5 foi acionado”.
Antes de decolar, o Capitão Jordão ainda ligou para o Centro de Operações Militares em Brasília, para saber o que estava acontecendo. Foi com a informação de que os radares plotavam diversos alvos em diferentes pontos do céu brasileiro, e foi com a expectativa de contatar algum destes alvos, que ele levantou voo, por volta de 23:15 horas.
A ordem dada aos pilotos foi de interceptação sem assumir uma postura agressiva. Nestes casos, como procedimento padrão, decolaram armadas com canhões, mas sem a intenção de utilizá-los.
Outras duas aeronaves, pilotadas pelo Capitão Armindo de Souza Viriato e pelo Capitão Júlio Cezar Rosenberg, ainda decolaram da Base Aérea de Anápolis, totalizando cinco diferentes tentativas de interceptação.
A Interceptação
“A decolagem foi normal, fiquei em torno de 20 mil pés na direção de São José dos Campos. Por orientação da defesa aérea, desliguei todos os equipamentos de bordo: radar, luzes de navegação… Fiquei apenas com o rádio de comunicação ligado”, conta Tenente Kleber. E continua: “Como os alvos não possuíam equipamento algum que transmitisse qualquer onda eletromagnética, não era possível saber a altura em que voavam. Toda a orientação que me foi dada era para que eu fizesse procuras visuais”.
“De acordo com os radares de Brasília, eu deveria olhar para as minhas 2 horas e 11 horas, alto e baixo. Mas eu não via nada”. Quando mais próximo de São José dos Campos, o controlador radar passou a dar instruções mais incisivas para que o piloto olhasse para a sua esquerda: “Eu estava bem em cima da fábrica Embraer e nada havia avistado até então. Em função destes alvos aglomerados na minha esquerda, o controlador pediu que eu fizesse uma curva pela direita e voltasse em direção a Santa Cruz, com 180 graus defasados”.
Locais das ocorrências
Assim que se estabeleceu nesta curva, o Tenente Kleber foi instruído a olhar para a sua direita, o que em nada acarretou novamente. Como o controlador tinha os alvos no radar, comandou ao piloto uma curva para cima deles, com a proa do mar: “Eu efetuei a curva, estabilizei a aeronave na proa que ele havia recomendado e, como pedido, comecei a fazer uma varredura visual. Foi neste momento que eu avistei uma luz muito forte que se realçava em relação a todas as luzes no litoral. Estava um pouco mais baixa que eu. A impressão nítida que eu tive, naquele momento, era de que ela se deslocava da direita para a esquerda”. Como a visão noturna é muito crítica, pois deixa o piloto sujeito a uma série de erros de avaliação, e como o F-5 não tem piloto automático, o Tenente Kleber teve muito cuidado em estabilizar a aeronave naquele momento. “Olhei para aquela luz. O seu movimento era muito evidente para mim. Perguntei à Defesa Aérea se existia algum tráfego naquele setor no momento, devido à proximidade com a rota da ponte-aérea, na época. Fui informado que não. Não existia aeronave alguma no local naquela hora”.
“Informei então ao controlador que eu realmente estava vendo a luz se deslocando na minha rota de interceptação, às 2 horas (à minha direita), um pouco mais baixo do que a posição da minha aeronave. Foi naquele momento que eu pude ter uma noção da altura do contato, algo em torno de 17 mil pés. Imediatamente recebi a instrução de aproar aquele alvo e prosseguir com a aproximação e sua identificação”.
O Tenente Kleber, então, abriu a pós-combustão do F-5, atingindo velocidade supersônica e começou a ir em direção à luz que via no horizonte: “Não havia muito tempo para pensar, nem para sentir medo. É a adrenalina que funciona na hora. Você tem o avião para voar, está em um voo noturno, supersônico, sujeito à desorientação espacial… Eu confesso que não tenho recordações exatas dos meus sentimentos naquele momento. A única coisa que eu sabia é que tinha que ir para cima do alvo e, à medida que as coisas vão acontecendo, e devido ao nosso treinamento, as reações passam a ser um pouco automáticas”.“Comecei a descer, indo diretamente para o alvo, mas tomando todo o cuidado com uma possível ilusão de ótica, proporcionada pela visão noturna. Eu podia estar vendo uma luz dentro d’água, em um grande navio com holofote… Por este motivo eu não quis ficar apenas com a orientação visual e liguei meu radar, mesmo sem instrução de fazê-lo. E realmente, a cerca de 8 ou 12 milhas, um alvo apareceu na tela, confirmando a presença de algo sólido na minha frente”.
“Isto coincidia com a direção da luz que eu havia avistado. Nos radares que equipavam os caças da época, o tamanho do plote varia de acordo com o tamanho do contato. O radar indicava um objeto com o tamanho de cerca de 1 centímetro, o que significa algo na envergadura de um Jumbo (Boeing 747). Cheguei perto do alvo, posicionando-me a cerca de seis milhas de distância dele, o que ainda é longe para que possa haver uma verificação precisa, ainda mais à noite. O alvo parou de se deslocar na minha direção e começou a subir. Eu não perdi o contato radar inicial e passei a subir junto com ele. Continuei seguindo o contato até cerca de 30 mil pés, quando perdi o contato radar e fiquei apenas com o visual. Mas, naquele momento, aquela luz forte já se confundia muito com as luzes das estrelas”.
“Os meus rádios de navegação selecionados em Santa Cruz já estavam fora do alcance. Em determinado momento, as agulhas do meu ADF deixaram de ficar sem rumo e indicaram proa. A minha janela do DME, que estava com o flag, indicou 30 milhas fixas, sem qualquer razão para isso. O combustível já estava chegando no limite, devido ao grande consumo das velocidades supersônicas e eu tive que voltar. Menos de um minuto depois que aproei em Santa Cruz, novamente meu ADF voltou a ficar sem qualquer informação e a janela do meu instrumento DME fechou de novo, deixando de aparecer”.
Já na Base Aérea de Anápolis, no interior de Goiás, uma situação semelhante estava prestes a acontecer. O piloto de alerta daquela noite era o Capitão Aviador Rodolfo da Silva e Souza, que possuía na época aproximadamente 500 horas de F-103 e que estava em sua casa no momento do chamado. O bip que ele aportava emitiu um sinal de chamada e uma mensagem de acionamento do alerta, por volta das 23:00 horas. O piloto deveria se dirigir imediatamente à Base Aérea, e foi o que ele fez.
“Ao chegar, eu me dirigi, juntamente com os demais membros da equipe de alerta, imediatamente para os hangares, onde estavam posicionadas duas aeronaves F-103E. A equipe de manutenção já havia completado o seu trabalho e nos esperava, ao pé da escada, com as aeronaves prontas e armadas para a decolagem. Completei os cheques previstos para antes da partida e entrei em contato com o Oficial de Permanência Operacional (OPO) para informar que estava pronto. De imediato, recebi ordem para acionar o motor e decolar isolado. Meu ala permaneceu no solo”.
Ao iniciar o táxi, o Capitão Rodolfo entrou em contato com a torre de controle. Recebeu instruções para curvar, após a decolagem, para o setor noroeste do aeródromo, e iniciar a subida em potência máxima para o nível 200 (20.000 pés): “Em seguida, fiz contato com Anápolis, que me passou, de imediato, para a freqüência do COpM que controlaria a interceptação”.
“A primeira informação que recebi foi de que meu alvo se encontrava a uma distância de 100 milhas da posição em que eu estava. Pude perceber que o tempo estava bom, não havia nuvens e nem a Lua aparecia. O céu, completamente estrelado, fazia um belo contraponto com a escuridão da noite”.
OVNIs
Quando foi informado de que o alvo já estava dentro do alcance de seu radar de bordo, o Capitão Rodolfo passou a observar atentamente a tela, buscando encontrar o plote que indicasse a sua presença. Mas nada aparecia: “À medida que a distância diminuía, como não conseguia contato em meu radar de bordo, passei simultaneamente a realizar uma busca visual no espaço aéreo em torno da posição informada pelo COpM. Só que, mais uma vez, nada apareceu”.
Já que estava em situação de plotes confundidos, quando piloto e alvo estão a menos de uma milha de distância um do outro, e como não havia contato visual, o Capitão Rodolfo recebeu instruções para entrar em órbita sobre o ponto, e continuar a busca: “Ainda estava nesse procedimento, sem sucesso, quando recebi a informação do controlador de que meu alvo havia mudado de posição e agora estava em outra direção, a 50 milhas de distância. Fui então orientado para essa nova interceptação”.
Ao atingir o local onde o alvo supostamente deveria estar, não houve contato no radar de bordo e nem visual. A orientação dada foi para que o piloto baixasse o nível de voo e realizasse uma órbita, em busca de algum contato visual. “Sem sucesso nesse procedimento, fui novamente informado de outra alteração no posicionamento do alvo e recebi novas orientações para uma terceira interceptação”.
“Mais uma vez, não houve qualquer contato radar ou visual. Fui orientado a baixar ainda mais o nível, permanecendo em órbita sobre o ponto determinado, e continuando a procura. Depois de algum tempo nessa busca, e tendo em vista que minha autonomia de voo já havia atingido o nível suficiente apenas para permitir o meu retorno seguro para o aeródromo, recebi instruções de regresso”.
Por volta de 22:45 horas, portanto pouco depois do Mirage do Capitão Rodolfo, havia decolado de
Dassault MIrage III da FAB
Anápolis o então Capitão Armindo de Souza Viriato de Freitas, pilotando outro F-103. De acordo com os relatos, seu contato com o alvo foi feito apenas através de seu radar de bordo, não tendo havido contato visual. O que mais surpreendeu o piloto foi a incrível velocidade do alvo, e seu repentino desaparecimento.
Sem nada ter visto, em poucos minutos o Mirage do Capitão Rodolfo tocava a pista da Base Aérea de Anápolis. “Após o pouso, fiz um contato telefônico com o meu controlador, para o debriefing rotineiro da missão. Só assim tomei conhecimento dos outros F-103 que haviam sido acionados. Eles decolaram depois de mim, para a averiguação de diversos contatos-radar, plotados nas telas do CINDACTA, em pontos diferentes da região Centro-Oeste”.
“Ao terminar os procedimentos pós-voo de praxe, fui liberado e autorizado a retornar para minha residência, onde cheguei por volta de 01:30 horas. Uma hora mais tarde, fui acordado por um novo acionamento do bip. Era outro alerta. Ao chegar à Base e entrar novamente em contato com OPO, a orientação, desta vez, era para que o alerta fosse mantido a postos, e as aeronaves prontas para a decolagem. O meu ala e eu ficamos assim por cerca de 45 minutos. Quase às 04:00 horas, recebemos a informação de que o alerta estava suspenso e nós liberados”.
Base aérea de Santa Cruz
O segundo piloto a decolar da Base Aérea de Santa Cruz, por volta de 23:15 horas, o Capitão Marcio Brisola Jordão, também conta a sua experiência: “Uma coisa que chamou a minha atenção naquela noite foi a claridade do céu. Eu nunca havia visto uma noite tão clara. Sabe aquela noite que você anda de carro com a luz apagada e consegue ver tudo? Não havia nebulosidade. Era possível ver o contorno das montanhas no chão. Uma visibilidade sob a qual poucas vezes eu voei”.
“Indo em direção a São José dos Campos, fui instruído por Brasília a fazer o cheque de armamento. Foi aí que me informaram que havia cinco contatos na minha frente, e a umas 15 milhas de distância. Eu não via nada no radar do avião e nem do lado de fora, mas a informação era de que eles estavam se aproximando cada vez mais. Dez milhas, cinco milhas, três milhas, e eu pensando que não era possível, em uma noite daquelas, eu não estar enxergando o tal contato”.
O controlador então informou ao piloto do F-5: “Agora estão atrás de você, te acompanhando, como se estivessem na sua ala”, mas ele não via nada. “Tive autorização para fazer um 180, e continuei sem ver coisa alguma. Fui para São José dos Campos, voando a cerca de 15 mil pés, e comecei a fazer órbitas. Chamei o Kleber na frequência tática para saber se ele tinha avistado alguma coisa. Ele disse que sim, mas que, quando tentou ir atrás, o contato sumiu”.
“Quando eu estava em cima de São José dos Campos, olhei em direção à Ilha Bela e, pela primeira vez, vi uma luz vermelha, parada. Para mim, estava no nível do horizonte, mas eu estava olhando para o oceano, o que me fez acreditar que podia ser um barco muito longe, ou algum outro tipo de iluminação. Era como luz de alto de edifício. Ficou parada, não mudou de cor, não piscou e nem se mexeu. Eu avisei ao controle que estava vendo uma luz na proa, 90 graus em direção ao oceano. Como confirmava com o contato no radar de terra, fui instruído a ir em sua direção”.
“Entrei supersônico para acelerar, e a luz nem se mexia. Fui informado de que ela estaria andando na mesma velocidade que eu. Fui mantendo esta navegação até dar o meu combustível mínimo, e tive que voltar. Para mim, que decolei com uma expectativa dada por Brasília, foi a maior frustração da minha vida. A luz que vi podia ser um barco no horizonte ou, quem sabe, ser mesmo alguma outra coisa. Mas é leviano chegar a qualquer conclusão”.
Em Anápolis, um quinto piloto ainda participou da missão de interceptação: o então Capitão Aviador Júlio Cezar Rozemberg, na época com 1900 horas de voo em caças, sendo 550 em Mirage: “Era um
Base aérea de Anápolis
dia normal no Primeiro Grupo de Defesa Aérea, até a hora em que o meu bip tocou de madrugada. O alerta havia sido acionado. Eu estava dormindo e levantei sem nem saber que horas eram. Faz parte da rotina. Eu me vesti e no caminho da Base fiquei me questionando se aquilo seria apenas mais um teste”.
“Eu esperava voar, afinal, não há nada mais chato do que ir para o hangar do alerta, abastecer e ser dispensado. Toda missão da Defesa Aérea é real até ser cancelada, então vesti o traje anti-g, o colete e o mecânico confirmou a aeronave pronta. O armamento também estava certo e municiado. Haviam se passado 22 minutos desde que o alerta tinha sido dado. Preparei-me para decolar imaginando o que estaria acontecendo. Pela proximidade com Brasília, imaginei que estivesse atrás de algum voo comercial, mas, se fosse, eu teria avistado as luzes anticolisão. Fui seguindo todos os comandos do controlador. A noite estava linda, com a visibilidade ilimitada. Era possível ver tudo lá embaixo, desde as cidades até os faróis dos carros”.
“Fui instruído a elevar minha altura. Verifiquei mais uma vez o radar de bordo e desci um pouco a varredura da antena. Continuei acompanhando o radar de bordo e buscando algo no visual. A nossa distância, informada pelo controlador, era de apenas três milhas e eu continuava sem enxergar nada. Imaginei que eram os F-5 do Grupo de Caça, vindo atacar a Base em missão de treinamento”.
“Pedi para o controlador me aproximar ainda mais até confundir os plotes, com minha chegada vinda por trás. Achei que o contato iria, finalmente, acender as luzes, afinal, eles deveriam estar ouvindo a interceptação pelos canais da Defesa Aérea. O controle anunciou uma milha na proa, mas eu não tinha nada no radar, e nem no visual. O meu voo durou cerca de 30 minutos e, depois das tentativas de busca, regressei à Base, sem fazer qualquer tipo de contato”.
Depois de tudo mais calmo nas bases aéreas do país, já por volta das 03:00 horas, quando, aparentemente, os céus brasileiros não eram mais frequentados por nada fora do normal, um voo cargueiro da Varig, decolado de Guarulhos para o Galeão, no Rio de Janeiro, também teve a participação nos acontecimentos. O Comandante do Boeing 707 cargueiro, Geraldo Souza Pinto, o co-piloto Nivaldo Barbosa e o Engenheiro de Bordo da época servindo no 2º/2º GT e em instrução de voo no equipamento 707, não fazia ideia do que estava acontecendo:
Folha da Tarde mencionando a Noite oficial dos ÓVNIs
“Quando cruzávamos cerca de 12 mil pés, o CINDACTA nos chamou no rádio e pediu para que confirmássemos se víamos algum tráfego na posição de 11 horas. É normal que isto ocorra, mas estranho foi quando, após respondemos negativamente, ele ter dito ‘para sua informação, trata-se de um OVNI’, ou seja, um objeto voador não identificado”, relata o comandante.
“Olhamos um para o outro, imaginando que não havíamos entendido direito o que viera pelo rádio e pedimos para que a informação fosse repetida. O controle confirmou a informação e ainda disse que, desde aproximadamente às 22:00 horas daquela noite, estavam aparecendo objetos voadores não identificados, como plotes no radar. Foi aí que soubemos que, mais cedo, a Força Aérea já havia sido ativada. Nessa hora confesso que senti uma emoção indescritível. Perguntamos se o contato estava no radar deles, e a resposta foi positiva. O controlador nos disse que a sua posição naquele momento era de 11 horas em relação a nossa aeronave e pediu para que tentássemos avistá-lo. Foi nesta hora que eu o vi. Uma luz muito forte brilhou, como um farol branco. A emoção que eu tenho até hoje se confunde com a certeza de que ele estava acompanhando a nossa fonia. No mesmo momento em que nos perguntaram se estávamos avistando o tráfego e eu respondi não, ele piscou, como quem diz estou aqui”.“Nós não tínhamos noção da altura do tráfego, pois os radares dos aviões comerciais são meteorológicos e, diferente dos caças, têm muita dificuldade de captar outra aeronave. Eles não são feitos para isso. O controlador também não podia saber a altura do objeto já que, sem transponder, tudo o que ele vê é a dimensão única do radar, sem diferença de altitude. O objeto estava próximo de Santa Cruz e a nossa distância era em torno das 90 milhas. O que eu posso dizer é que ele estava, visualmente, a uns 20 graus mais alto do que nós. Atingimos nossa altitude de cruzeiro de 23 mil pés, e durante todo o voo o controlador foi nos informando sobre a aproximação. Passou para 60 milhas, depois para 50, o tempo todo na nossa proa”.
Os tripulantes do Boeing abaixaram as luzes de dentro da cabine, acenderam os faróis externos buscando visualmente o contato: “Éramos quatro tripulantes no cockpit escuro de um avião cargueiro, buscando os céus ávidos de encontrar uma explicação sobre aquilo que tanto se aproximava do nosso 707. De repente, eu olhei para o Nivaldo e reparei na expressão dele, como se ele quisesse me mostrar alguma coisa. Ele disse que algo tinha se deslocado deixando um rastro luminoso, mas poderia ser um meteorito, o que seria muito comum”.
“O controlador nos avisou, então, que o alvo havia se deslocado em alta velocidade para a nossa direita, atingindo, em fração de segundos, uma velocidade incrível, algo acima de Mach 5. Um ser humano não aguentaria uma aceleração dessas. Ele morreria com tal deslocamento!”. O objeto, nesta hora, desapareceu para o lado direito, e depois voltou exatamente para a proa do avião, já em uma distância menor, segundo o piloto. “Nós estávamos a umas 30 milhas dele. A impressão que dava era de que o contato estava se deslocando em baixa velocidade, e nós é que estávamos nos aproximando dele”.
“A aproximação continuou. O radar ia avisando-nos as distâncias: quinze milhas, dez, cinco… Na melhor das hipóteses entraríamos para a História!”, brinca o Comandante Souza Pinto. “Mas eu olhava, olhava, e não via mais nada. Aí o controlador falou: três milhas, duas, uma… Varig, o tráfego está se confundindo com o plote do seu avião. Nós olhávamos para cima, para baixo e não víamos nada! O Controle nos informou, então, que o alvo estava passando para trás da aeronave, mas começou a ter muita interferência no solo e o radar o perdeu de vista”.
Conclusões Finais
Duas décadas se passaram desde A Noite Oficial dos OVNIs, sem que se possa ter chegado a alguma conclusão científica sobre o ocorrido. As considerações de quem vivenciou esta experiência são as melhores formas de se avaliar o fato e de se chegar às suas próprias conclusões. O que sobrevoava o território brasileiro naquela data, provavelmente, vai continuar sendo um mistério pelos próximos anos.
Brigadeiro Octávio Júlio Moreira Lima
O Ministro da Aeronáutica na época, Brigadeiro Octávio Júlio Moreira Lima, diz que até hoje, mesmo os relatos dos pilotos e dos controladores não há como se chegar a uma conclusão definitiva: “Há muitas hipóteses. Pode ter sido um fenômeno eletromagnético, uma interferência qualquer… Mas a situação continua indefinida. Só acho importante lembrar que ilusão de ótica o radar não registra”, diz.
“Já o piloto, sim, ainda mais à noite, está sujeito a ter ilusões de ótica fantásticas. Voando em cima da água, por exemplo, você vê o céu lá embaixo, por isso tem que voar por instrumentos. Há casos de pessoas que viram coisas estranhas, mas a maioria das histórias é mesmo fantasiosa. Então, uma autoridade tem que ter muito cuidado para não tornar crítica uma situação que já é alarmante. Quando alguém se depara com um contato, informa ao tráfego aéreo, que vai reportar aos centros integrados, situados em Curitiba (PR), em Brasília, em Recife (PE), e na Amazônia… Estes centros estão em permanente comunicação, é tudo automatizado. Fui informado logo de imediato. Quando ocorre uma situação dessas, o Comando Geral do Ar logo dá ciência ao Ministro. É a partir daí que os procedimentos de interceptação são disparados”.
“E foi assim que ocorreu. Os caças levantaram voo apenas com ordem de verificação. Em nenhum momento foi mantida uma postura agressiva. Como poderíamos atirar em algo que desconhecemos? As luzes foram plotadas no radar e tínhamos que tentar identificá-las. Não existe aquela preocupação de decolar com mísseis, como nos filmes. Os aviões de permanência geralmente são armados. Eles ficam 24 horas com os pilotos do lado, prontos para serem acionados em minutos, mas, a princípio, sem ordem de disparo”.
As opiniões sobre o fato variam de uma pessoa para outra. Mesmo quem não conseguiu fazer qualquer tipo de contato tem as suas próprias ideias. É o caso do Capitão Júlio Cezar Rozenberg, hoje Coronel da Reserva, que teve que se contentar em ouvir os relatos alheios: “No dia seguinte, vi as manchetes nas televisões e nas rádios anunciando várias interceptações de OVNIs ocorridas na noite anterior. E justo eu, um apaixonado pelo assunto, não vi nada! Mas cheguei perto. Acho que em um Universo infinito destes, com diversas possibilidades, não tem por que estarmos sozinhos”.
Pensamentos semelhantes tem o Brigadeiro Moreira Lima: “Muitas vezes me perguntam se eu acredito ou não na presença de objetos voadores não identificados naquela noite”, revela o Brigadeiro, “Eu não acredito e nem desacredito, pois, assim como o Universo, isto é algo além da nossa compreensão. Chega a um ponto em que coisas extrapolam nosso entendimento e é assim que se iniciam as especulações. Eu sempre digo o seguinte: nós somos produtos do Universo. Produtos químicos, físicos, de todas as formas. Será que este produto só existe aqui na Terra? Há bilhões de estrelas por aí”.
O Tenente Kleber, hoje oficial da reserva e voando na Varig como comandante, mesmo depois de ter feito os seus relatórios, confessa que não chega a conclusão alguma: “Eu tive contato visual e contato eletrônico. Era algo sólido. Dizem que naquele lugar há muita anomalia magnética, mas eu não acredito que seja isso. As anomalias têm movimentos irregulares, aleatórios. No meu relatório, eu pedi que fosse averiguado se havia algum porta-aviões próximo à costa, ou alguma aeronave que poderia estar sobre o nosso espaço aéreo, efetuando contramedidas eletrônicas, o que permitiria colocar um plote nos radares”.
“Nada do que eu presumi foi confirmado. A partir daí, afirmar que acredito em OVNIs, ou que aquilo era, de fato, um OVNI, já é outra coisa. Cada um vai tecer a sua opinião. Acho que esse Universo é muito grande para que só nós existamos nele. Seria muito egoísmo da nossa parte acreditar nisso, mas a verdade é que ficamos sobre uma linha muito tênue. Era a posição que eu tinha na época, o avião que eu estava voando, e todas as minhas crenças. Então, eu prefiro me referir apenas à parte técnica”.
Para quem acompanhou e participou dos bastidores da história diante das telas dos radares, como o Major Aviador Ney Antunes Cerqueira, hoje Coronel da Reserva, havia sim alguma coisa sobre o Brasil naquela noite: “Só não podemos afirmar o que era. Mas, mediante a coincidência de detecções radares distintas e, simultaneamente, a detecção radar das aeronaves, não podemos negar a existência de algo. Acontece que nós não tínhamos meios técnicos para verificar visualmente como eram esses alvos, apesar do contato visual que os pilotos fizeram”.
“Com explicar, por exemplo, os instrumentos de bordo dos F-5, que ficaram prejudicados durante o corrido? O rádio, porém, não sofreu nada, e a comunicação pôde ser mantida o tempo todo. Havia, inclusive, as fitas com as conversas entre controladores e pilotos. Elas foram exaustivamente analisadas. Foi feito também um relato, na época, mas não posso afirmar onde as fitas se encontram agora. Provavelmente nem existam mais. Quando eu deixei o cargo de Chefe do CODA, as investigações já tinham sido encerradas”.
“Analisando como técnico da Defesa Aérea, pois esta era a função que eu desempenhava, posso dizer que nós só lidamos com a realidade. Desde que tudo aconteceu, eu sempre confirmei a presença dos alvos. Se tirarmos a conclusão de análise técnica, mesmo depois de avaliar a fita do radar de Brasília, Santa Cruz e Pico do Couto, em Petrópolis, é possível verificar que realmente ocorreu uma coisa estranha”.
“Durante um tempo, o objeto ficava parado no espaço, depois desenvolvia velocidades de Mach 3. As variações eram algumas vezes instantâneas, outras gradativas. Os alvos circulavam as aeronaves e mudavam de direção em relação a elas. Estes movimentos não permitiram maior aproximação. Tudo o que foi avistado eram luzes com variações intensas. Eu poderia até dizer, que, eles queriam sim ser vistos. Então, ainda fica a incógnita. Que existiu, existiu. O quê? Eu não posso afirmar. Mas são acontecimentos que marcam a mente das pessoas, porque são fatos muito incomuns. Eu, com certeza, não vou me esquecer nunca daquele 19 de maio”.
O Comandante do Boeing Geraldo Souza Pinto, após ter feito seu relatório, não foi chamado para dar qualquer esclarecimento. “A maioria das pessoas nem sabe que às 03:00 horas ainda tinha um objeto lá em cima. Na verdade, muita gente nem gosta de falar sobre isso, mas foi uma coisa que eu vi. Sinceramente, acho um privilégio!”, diz.
Ele também confirma o fato de os pilotos terem muitas ilusões de ótica: “Eu mesmo já cansei de ver Vênus aparecendo de forma estranha, e muita gente acha que é um OVNI. O avião vai passando por densidades diferentes do ar, o que causa efeitos de refração, e as coisas parecem estar se mexendo ou mudando de forma. Dessa vez, porém, houve a confirmação no sistema de radar, o que nos prova que não era uma ilusão. Podia ser um avião? No início achei que sim. Poderia ser um contrabandista, um avião de espionagem, eu não sei”.

Tela de radar
“Na época, houve várias entrevistas com pessoas de vários segmentos, cada um tentando explicar de acordo com o seu campo de conhecimento, geralmente atribuindo a fenômenos físicos, químicos ou de âmbito espiritual. Mesmo assim, eu não me convenço. E aquela aceleração? A localização precisa na proa? O contato radar? A coincidência de tornar-se visível ao contato rádio inicial? Não encaixa. Era alguma coisa realmente fora do nosso conhecimento. Podia ser de outro planeta, daqui da Terra mesmo, enfim, me resta apenas concluir que era um Objeto Voador Não Identificado, um OVNI” , relata o comandante.
Para o Brigadeiro Moreira Lima, sua forma clara de falar sobre o assunto – afinal, ele foi uma das primeiras autoridades mundiais a assumir publicamente a presença de OVNIs – foi um dos principais motivos para o surgimento de tantas especulações: “Eu disse que faria uma entrevista coletiva e fiz. Relatei o que eu sabia, o que foi de fato o ocorrido, e que até hoje não podemos explicar. Quem sabe um dia… No tempo dos canibais, um raio era uma informação dos deuses. Acho que para tudo existe uma explicação, mas devo assumir que o deslocamento dessas luzes era realmente absurdo, e aí fica mais difícil entender. Pode-se imaginar qualquer coisa. Devo confessar que, nesse aspecto, sou um pouco cético, não me impressiono fácil. Se a física não explica hoje, ela, com certeza, vai explicar amanhã”.
Fonte:
http://www.verdademundial.org/2011/06/noite-oficial-dos-ovnis-no-brasil.html

quinta-feira, 26 de junho de 2014

Teoria dos astronautas antigos



Capa de uma das edições de Eram os deuses astronautas
A Teoria dos Astronautas antigos é uma Teoria usada para descrever a crença de que seres ou criaturas extraterrestres visitaram a Terra há milênios atrás, e que as civilizações do passado de alguma forma teriam interagido com o tal contato. A teoria afirma que, para essas civilizações, esses seres que desciam dos céus eram os deuses que de alguma forma teria recebido as preces dos filhos e que tal contato está relacionado com a origem ou desenvolvimento do Homem e da cultura humana. Esta teoria foi popularizada por autores como Erich von Däniken e Zecharia Sitchin. Muitas das provas apresentadas pelos defensores desta teoria são artefatos arqueológicos, monumentos megalíticos, lendas, mitos e histórias que são interpretados de acordo com a mesma. Essa Teoria pode ser considerada uma variação da Teoria do Paleocontato. Carl Sagan, I. S. Shklovskii e Hermann Oberth foram alguns dos cientistas de renome que consideraram seriamente esta possibilidade.
Muitos autores aproveitam as antigas mitologias para defenderem seus pontos-de-vista, baseando as suas teorias no princípio básico de que quase todos os antigos mitos da criação descrevem um deus ou deuses que teriam descido dos “céus” à Terra para criar o homem. Esses mitos detalham aventuras extraordinárias desses deuses que seriam na verdade tecnologias modernas, vistos a partir da perspectiva dos terrenos de mentes primitivas.

Vimana
Por exemplo, máquinas voadoras constantemente aparecem em textos antigos. Um exemplo clássico são os vimanas, máquinas voadoras encontradas na literatura da Índia em que as histórias vão desde fantásticas batalhas aéreas empregando armamento diverso, inclusive bombas, a leigos descrevendo simples informações técnicas, procedimentos de voo e voos da imaginação.
No Velho Testamento bíblico, Deus é descrito como tendo vários atributos que poderiam ser interpretados como sendo foguetes avançados ou outros veículos aéreos. Ele é descrito como tendo um “corpo” superior de metal (que também pode ser interpretado como um tipo de coroa), aparecendo numa coluna de fumaça e/ou fogo e soando como uma trompa. Estas descrições retratam o Deus dos antigos hebreus como não apenas tendo as características de uma máquina voadora, mas também bastante claramente descrevendo Deus como uma presença física, não uma abstração. Este Deus acompanha os hebreus e faz chover relâmpagos e pedras sobre Seus inimigos a partir de sua posição no céu. Contudo, poeticamente, as descrições de Deus também o apresentaram como tendo asas protetoras e braços alongados nos Salmos, características contrárias às teorias de quaisquer manifestações mecânicas da parte de Deus. Além disso, as características da Arca da Aliança e o Urim e Thummim tem sido identificados como sendo de tecnologia avançada, talvez de origem extraterrestre.
O "astronauta" desenhado em Nazca
Outros exemplos incluem as descrições bastante detalhadas no Livro de Ezequiel bíblico, o Livro de Enoque apócrifo, e incontáveis relatos antigos que vão da China ao Peru.

As provas materiais incluem a descoberta de antigos “aeromodelos” no Egito e América do Sul, que apresentam certa semelhança com aviões e planadores modernos. Provavelmente, os itens de provas circunstanciais mais famosos são as linhas de Nazca do Peru; enormes e incontáveis desenhos no solo que só podem ser vistos de grandes alturas. Mais embasamento a esta teoria vem do que se supõe serem discos voadores na arte medieval e renascentista. Objetos nas pinturas que não podem ser explicados com relevância à obra em questão são constantemente interpretados como discos
voadores. Isto auxilia na defesa da teoria dos astronautas antigos ao demonstrar que os criadores do homem podem retornar para acompanhar sua criação através do tempo. Outro embasamento artístico à teoria dos astronautas antigos são as pinturas de cavernas paleolíticas. Vondjina na Austrália e Val Camonica na Itália demonstram uma
Pintura rupestre em Val Camonica
semelhança com os astronautas atuais. Os defensores da teoria dos astronautas antigos afirmam que algumas semelhanças coincidentes tais como cabeças em forma de globo, ou seres usando capacetes espaciais, provam que o homem primitivo foi visitado por uma raça extraterrestre.

Fontes mais antigas, embora geralmente não mencionando astronautas antigos per se, sugerem que a criação de alguns monumentos estaria além das capacidades humanas, tais como a sugestão de Saxo Grammaticus de que gigantes criaram os imensos dolmens da Dinamarca, ou nas histórias em que Merlin montou Stonehenge através de magia.
Ruínas em Baalbek
As provas dos astronautas antigos frequentemente consistem de afirmações de que antigos monumentos, tais como as maiores pirâmides do Egito, ou Macchu Picchu no Peru, ou outras antigas ruínas megalíticas, tais como Baalbek no Líbano, não poderiam ter sido construídas sem o emprego de capacidades técnicas além das daqueles povos à época. Tais afirmações não são novidade na História. Raciocínio semelhante se encontra por trás do assombro das muralhas de construção ciclópica nas cidades micênicas aos olhos dos gregos na Idade das Trevas que se seguiu a elas, que acreditavam que os gigantes ciclopes tinham construído as muralhas. Candidatos típicos para as civilizações perdidas que ensinaram ou proporcionaram essas capacidades são os continentes perdidos de Atlântida, Lemúria e Mu.
Outro tema frequente que pode ser encontrado em muitas mitologias é uma pessoa que vem de muito longe como um deus, ou como o arquétipo de um “herói civilizador” que traz conhecimento à humanidade. Prometeu é o exemplo ocidental mais famoso. Na tradição americana nativa há diversos exemplos, incluindo Quetzalcoatl dos astecas e Viracocha dos incas.
Representação do Sistema Sirius
Nos textos teosóficos do século XIX e início do século XX podem ser encontrados muitos precursores das teorias dos astronautas antigos. A teosofia influenciou autores como H. P. Lovecraft e Charles Fort, e mesmo autores posteriores como Erich von Däniken.

Teotihuacan
Na década de 1940, dois antropólogos franceses descobriram um achado surpreendente enquanto estudavam a tribo dogon da África Ocidental. Eles descobriram que os dogon tinham conhecimento de que uma pequena estrela orbita outra, a bem conhecida estrela Sirius. Essa estrela menor, impossível de ser observada a olho nu, era desconhecida dos astrônomos ocidentais até 1862. Os antropólogos afirmaram que o conhecimento dos dogons precede a descoberta da estrela menor pelos ocidentais por centenas de anos. Esta teoria sofreu um revés quando pesquisas posteriores por outros antropólogos revelaram que apenas os poucos anciões da tribo mencionados pelos dois antropólogos originais tinham conhecimento da estrela, o que levou outros pesquisadores a crer que a pesquisa feita pelos dois antropólogos franceses fora manipulada.

Alguns mistérios ainda não explicados envolvem a relação entre monumentos na Terra e a Constelação de Órion. A cidade de Teotihuacan, no México (100 AC) e as aldeias Hope no sudoeste dos EUA lembram a constelação. E a disposição das estrelas no Cinturão de Órion em relação à Via
Láctea é a mesma das pirâmides em relação ao Nilo. Em Nazca, o desenho de uma aranha simboliza a mesma Constelação enquanto uma de suas patas possui um prolongamento, indicando a estrela Sirius.
Aldeias Hope x Constelação Sirius
A precisão da construção dos monumentos é impressionante. Há um alinhamento entre as pirâmides do Egito, o templo do oráculo em Delphos (Grécia) e fortalezas vikings construídas milhares de anos depois na Dinamarca.

Em Salem, New Hampshire no Nordeste dos EUA existem ruínas datadas de até 6530 anos atrás, conhecidas como Stonehenge na América. Uma linha ligando estas ruínas à Stonehenge (Inglaterra) e se prolongando, chega às ruínas de Baalbek no Líbano.


Alinhamento entre Ilha de Páscoa, Nazca, Pirâmides de Gizé, Mohejo-Daro e Angkor Wat


Ilha de Gavrinis
No noroeste da França, há uma ilha, conhecida como Ilha de Gavrinis. Nela jaz a tumba Gavrinis, construída em 3500 AC. Lá há espirais, machadinhas e sinais parecidos com impressões digitais esculpidas em pedras. Matemáticos perceberam mensagens ocultas em todos os desenhos. Percebeu-se um padrão na colocação das pedras. Foram utilizados 52 megálitos, dos quais 26
possuem símbolos rúnicos. Ao se multiplicar ou dividir o número de símbolos pelo número de rochas ou rochas importantes, descobriu-se o tamanho correto da circunferência da Terra, o número de dias em 1 ano e a constante matemática PI (razão entre a medida de um círculo e seu diâmetro) e a latitude e longitude exatas da ilha.
Latitude e longitude de Gavrinis
Todos estes exemplos mostram uma engenhosidade fora do comum para as épocas onde foram construídos. Qual seria a explicação? O mistério continua e será que algum dia chegaremos às respostas corretas?
Fontes:
The History Channel
http://pt.wikipedia.org/wiki/Teoria_dos_astronautas_antigos

quarta-feira, 25 de junho de 2014

O Brasil é o país do futebol?

O que faz um país ser “o país do futebol”? Jogar melhor que os outros? Ganhar mais campeonatos? Ser mais apaixonado pelo esporte? Ter uma grande média de público? Se depender deste último parâmetro, um levantamento da consultoria Pluri faria Alemanha e a Inglaterra darem uma lavada nos demais, seguidos por Espanha, e se firmariam como as principais nações do futebol. Já o Brasil amargaria a décima terceira colocação, ficando atrás da China, inclusive. O estudo levou em consideração as 100 maiores médias de público do último campeonato nacional de cada país para formular o ranking.
A Pluri Consultoria analisou a última temporada completa de cada um dos principais campeonatos nacionais para desenvolver o ranking dos 20 campeonatos com maior média de público no mundo. Não foram consideradas as disputas continentais, regionais ou as copas nacionais.
A Europa domina com folga o ranking. São europeus os três primeiros colocados, e sete dos 10 maiores.

Bundesliga 
A Alemanha possui o campeonato nacional com maior presença de público do mundo. Na temporada 2011/2012, os 306 jogos da Bundesliga tiveram público total de 13,8 milhões de torcedores, com média de 45,1 mil por jogo e ocupação média de 93% dos estádios.







Premier League
A Inglaterra vem a seguir com público total de 13,1 milhões em 380 jogos, média de 34,6 mil por jogo e ocupação média de 97% dos estádios.








Liga de fútbol profesional

A Espanha aparece em terceiro, com público total de 10,8 milhões em 380 jogos, média de 28,4 mil por jogo e ocupação média de 74% dos estádios. Porém, ao contrário de Alemanha e Inglaterra, onde todos os clubes possuem altíssimo índice de ocupação dos estádios, na Espanha a média do campeonato é fortemente influenciada por Barcelona e Real Madrid.






Liga MX
O México é o país não europeu com maior presença das torcidas nos estádios, ficando em quarto no ranking geral, com média de 25,3 mil pessoas por jogo, e 62% de ocupação dos estádios. Uma das boas explicações para o fenômeno mexicano está no preço dos ingressos, que por lá equivale em média a R$ 8/10, mais adequado ao nível de renda do país, por sinal muito próximo ao nível brasileiro.




Campeonato brasileiro
O Brasil aparece apenas na 13ª posição no ranking, com média de 14,9 mil/jogo na edição 2011, resultado de uma ocupação média de 44% dos assentos disponíveis nos estádios. No total, 5,7 milhões de torcedores foram aos estádios no último Brasileirão. Se considerarmos o primeiro turno de 2012, cuja média foi inferior a 12 mil/jogo, teríamos caído para a 17ª posição.







Ficamos atrás de países com pouca tradição no futebol, como Estados Unidos, China e Japão, além das segundas divisões de Inglaterra e Alemanha. Confira o ranking completo:

Média de público dos 20 maiores campeonatos em 2012 - 2013

E os clubes?
Santa Cruz
Em termos de clubes a situação também não é boa. Dentre os times presentes no levantamento, 22 são alemães, 20 ingleses, 12 espanhóis, 10 mexicanos e apenas três brasileiros: Santa Cruz, em 39º, Corinthians, em 65º e Bahia em 100º. O Cobra Coral, que participou da série D do Campeonato Brasileiro, em 2011 – ano observado pelo levantamento -, é o único representante no ranking de uma divisão menor que a primeira ou a segunda.




 
 
Borussia Dortmund
Soberano no ranking, com a impressionante média de mais de 80 mil torcedores por jogo está o Borussia Dortmund, com 99,8% de ocupação do Westfalenstadion.












Corinthians
A diferença entre os números da Europa e os brasucas não param por aí. Alguns times importantes do futebol brasileiro não entraram no top 100, mas ficaram entre os 200 (a Pluri divulgou apenas o ranking geral até o 100º, mas classificou 200). A extensão da pesquisa colocou o São Paulo em 112º (21,5 mil por jogo), Flamengo em 135º (19 mil), Internacional em 143º (18,2 mil), Coritiba em 147º (18,1 mil), Vasco em 172º (16,9 mil) e Grêmio em 184º (16,4 mil). Ainda assim, os dois principais concorrentes ao título do Brasileirão de 2012, Fluminense e Atlético Mineiro, nem se quer aparecem entre os 200 primeiros, assim como outros grandes do futebol nacional.


E aí? Acredita ainda que o Brasil é o país do futebol?

domingo, 22 de junho de 2014

Nelson Mandela

Nelson Rolihlahla Mandela (Mvezo, 18 de julho de 1918 — Joanesburgo, 5 de dezembro de 2013) foi um advogado, líder rebelde e presidente da África do Sul de 1994 a 1999, considerado como o mais importante líder da África Negra, ganhador do Prêmio Nobel da Paz de 1993 e Pai da Pátria da moderna nação sul-africana. Foi um combatente na defesa dos direitos dos negros sul-africanos. Uniu-se aos líderes Walter Sisulu e Olivier Tambo e fundou a organização chamada Liga Jovem do NCA/ANC, com o partido nacional- africânder no poder, este, a favor das políticas segregacionistas.
Recebe o nome de Rolihlahla Dalibhunga Mandela (em Xhosa: [xoˈliːɬaɬa manˈdeːla]); seu primeiro nome significa, em xhosa, algo como “agitador” – o que pode ser considerado profético – já que a expressão quer dizer, no idioma natal zulu: “aquele que ergue o galho de uma árvore”.
Mvezo, local de nascimento de Mandela
Em 1925 passa a frequentar a escola primária existente na vila próxima de Qunu. É lá que recebe o nome “Nelson” , em homenagem ao Almirante Horatio Nelson, dado por sua professora chamada Mdingane, atendendo ao costume de dar nomes ingleses a todas as crianças que frequentavam a escola; esta consistia num único cômodo, com teto de zinco e chão de terra.
Em Joanesburgo, quando já não era mais tratado como um garoto da nobreza tribal e sim como mais um negro pobre do interior, que Mandela se conscientizou do abismo que separava brancos e negros no país. Foi este choque que provocou-lhe a reação de lutar contra o racismo. E o fez ingressando no Congresso Nacional Africano
Embora tenha feito parte da elaboração da Carta à Liberdade, documento que propunha políticas antiraciais, e adotasse uma postura pacifista, teve que recorrer à luta armada, quando a polícia sul-africana matou 69 negros numa revolta de manifestantes. Foi preso em 11/07/1963 depois de comandar o grupo armado da ANC,com a acusação de ter participado no fomento das greves e por ter viajado de forma ilegal para outros países.
Enviado para a prisão da Ilha Robben, Mandela ocupou a cela com número 466/64, que tinha as dimensões reduzidas de 2,5 por 2,1 metros, provida de uma pequena janela de 30 cm. Na prisão ficou privado das informações do mundo exterior, pois lá não eram permitidos jornais. Contudo, Mandela aprendeu a pensar a longo prazo, e procurou transmitir esta forma de raciocínio aos mais jovens, que cobravam dele respostas imediatistas às autoridades. Foi sentenciado à prisão perpétua em 1967.
Presídio da Ilha Robben
Durante seu cárcere, segundo testemunhou Ahmed Kathrada, Mandela só perdeu a calma em duas ocasiões, quando os guardas ofenderam a moral de Winnie. Ali resolveu que precisava aprender a língua e a cultura africâner, passando a estudar o idioma e a treiná-lo com os guardas.
Mandela poderia se livrar da prisão ainda em 1985, mas recusou por não aceitar a dissolução da luta armada, o que ele incentivava como forma de combate à discriminação racial.
Em 11 de fevereiro de 1990 Mandela finalmente é solto. Uma multidão o aclama, respondendo quando no gesto de luta ergue o punho fechado. Tem fim o longo cárcere, e ele iria depois registrar o momento: “Quando me vi no meio da multidão, alcei o punho direito e estalou um clamor. Não pude fazer isso desde há vinte e sete anos, e me invadiu uma sensação de alegria e de força.” Mandela já era personalidade importante,tendo ganho o prêmio Internacional Al-Gaadddafi de Direitos Humanos, em 1989.

Mandela e De Klerk recebendo o Nobel
Em 1993 ele e de Klerk são agraciados com o Prêmio Nobel da Paz. Em seu discurso assinalou: “O valor deste prêmio que dividimos será e deve ser medido pela alegre paz que triunfamos, porque a humanidade comum que une negros e brancos em uma só raça humana teria dito a cada um de nós que devemos viver como as crianças do paraíso”. Após a recepção da cerimônia de premiação, Nelson Mandela prestou homenagem a Frederik de Klerk citando que teve a coragem de admitir que um terrível mal tinha sido feito para o nosso país e nosso povo com a imposição do sistema apartheid.
Em 1994, foi eleito Presidente da República, na primeira eleição multirracial da história sul-africana, e ficou no poder até 1999.
Dando seguimento à proposta de proporcionar a transição para a democracia multirracial, o governo Mandela teve sua maior realização na criação da Comissão da Verdade e Reconciliação – encarregada de apurar, mas não punir, os fatos ocorridos durante o apartheid; também empenhou-se em assegurar à minoria branca um futuro no país.
Para simbolizar os novos tempos adota um novo hino nacional, que mescla o hino do CNA (Nkosi Sikolele Africa – Deus bendiga a África) com o africâner (Die Stein); também uma nova bandeira é criada, unindo os símbolos das duas instituições anteriores: a bandeira oficial dos brancos, em vigor desde 1928 passou a incorporar as cores da bandeira do CNA – plasmando assim a união de todos os povos da nova nação que surgia – aprovados pela nova Constituição interina.
Seu governo não foi isento de críticas. Mandela não conseguiu diminuir os índices de vítimas da Aids. Sua amizade com ditadores como Fidel Castro (Cuba) e Muammar al-Gaddafi (Líbia) também não foi bem vista por algumas autoridades.
Mandela foi premiado pela Anistia Internacional, em 2006, pela sua luta em favor dos direitos humanos.
Apresentação das novas notas de rand
Em fevereiro de 2012 o Banco Central da África do Sul anunciou, numa coletiva deimprensa capitaneada pelo presidente do país Jacob Zuma, e a diretora do Banco Gill Marcus, que a efígie de Mandela irá ilustrar todas as cédulas de Rand. Na data Zuma frisou: “Com este modesto gesto, queremos expressar nossa gratidão (…). Estas notas permitirão que nos recordemos do que conquistamos ao tentar alcançar uma sociedade mais próspera”.
No dia 5 de dezembro de 2013 o presidente sul-africano Jacob Zuma anunciou a morte do seu antecessor: “A nação perde seu maior líder”, completando: “Ainda que soubéssemos que esse dia iria chegar nada pode diminuir nosso sentimento de perda profunda”; declarando luto nacional e anunciando que o funeral deve ocorrer na capital, Joanesburgo, no sábado – dia 7 de dezembro, com as honras de Estado.
No anúncio presidencial, feito pela televisão, Zuma acentuou o papel de Mandela para seu país: “Ele está agora a descansar. Ele está agora em paz. A nossa nação perdeu o seu maior filho. O nosso povo perdeu um pai”.
Na página oficial de Mandela, na rede social Facebook, foi colocada uma mensagem sua de 1996, em várias línguas – inclusive o português, dizendo: “A morte é inevitável. Quando um homem fez o que considera seu dever para com seu povo e seu país, pode descansar em paz. Acredito ter feito esse esforço, e é por isso, então, que dormirei pela eternidade.” Como seu epitáfio, Mandela havia um dia declarado que gostaria de ter escrito somente: “Aqui jaz um homem que cumpriu o seu dever na Terra”.
Apêndice:
Em 1988 a banda Simple Minds escreveu Mandela day (para ver o clipe oficial clique no link) especificamente para a Freedomfest organizada por Peter Gabriel, evento criado com intenção de apontar os males do apartheid.
Em 18 de novembro de 2009 foi instituído o Dia internacional de Mandela (poster abaixo).
Poster do Dia Internacional de Nelson Mandela
Em 2009 foi lançado o filme Invictus, dirigido por Clint Eastwood que conta a história de como Mandela usou a seleção nacional de rugby para unir negros e brancos. Quem o representou no filme foi Morgan Freeman, amigo pessoal e escolhido por Mandela.
O nome do ex-presidente da África do Sul e líder antiapartheid Nelson Mandela, morto em 5 de dezembro, foi o termo mais buscado globalmente no Google em 2013, informou a companhia nesta terça-feira (17) em sua pesquisa anual “Zeitgeist” (espírito dos tempos, em tradução).
Algumas frases de Nelson Mandela:
- “Sonho com o dia em que todas as pessoas levantar-se-ão e compreenderão que foram feitos para viverem como irmãos.”
- “Uma boa cabeça e um bom coração formam uma formidável combinação.”
- “Não há caminho fácil para a Liberdade.”
- “A queda da opressão foi sancionada pela humanidade, e é a maior aspiração de cada homem livre.”
- “A luta é a minha vida. Continuarei a lutar pela liberdade até o fim de meus dias.”
- “A educação é a arma mais forte que você pode usar para mudar o mundo.”
Links:


Fontes: http://pt.wikipedia.org/wiki/Nelson_Mandela