domingo, 27 de julho de 2014

Guia politicamente incorreto da história do mundo

Há um bom tempo não faço uma resenha de algum livro que tenha lido (para ser exato, desde 25/03/2012). Durante este período li alguns livros, mas o desânimo e a depressão me impediram de vir aqui postar sobre eles.
"O Guia politicamente incorreto do mundo" é mais um livro da coleção "O Guia politicamente incorreto". Lançado em 2013, foi precedido por "O guia politicamente incorreto da História do Brasil" (2009), "O Guia politicamente incorreto da América Latina" (2011) e "O Guia politicamente incorreto da Filosofia" (2012). Posteriormente foi lançado "O Guia politicamente incorreto do Futebol" (2014).
Leandro Narloch e sua obra
O objetivo no momento é falar sobre o livro de 2013. Aqui, diversos mitos e fatos ensinados em nossa vida escolar (e aos mais interessados, fora da escola também) são destruídos. Sim, destruídos, mas isto é muito bom. Crescemos ouvindo histórias que aqui se provam serem "lorotas". Exemplos:
  • manuais de medicina da época diziam que o prazer sexual era essencial à saúde das mulheres;
  • lembra aquela história de que as guerras e a miséria na África são consequência das fronteiras artificiais criadas pelos europeus? Há quase 30 anos historiadores e economistas africanos deixaram de acreditar nela;
  • Milhares de crianças foram exploradas nas fábricas inglesas do século 19? Está certo, mas é interessante lembrar que a revolução industrial, pela primeira vez, tornou o trabalho infantil desnecessário.
Estes são alguns exemplos. Do Império Romano ao Comunismo, de Galileu à Gandhi, muito do que nos foi ensinado foi deliberadamente alterado. Nem tudo que aprendemos ser ruim, realmente foi ruim. O mesmo vale para o lado bom.
Gandhi, um arquiteto alemão, vaselina e algodão? Sim, mencionado no livro. Madre Teresa de Calcutá, sendo uma "menina má"? Sim, também. Há muita diferença entre nazismo e comunismo? Muito menos do que se pensa e ensina.
Personalidades citadas no livro
Leandro Narloch põe o dedo na ferida, expõe a verdade com muita pesquisa. Com certeza em algum momento você pode ficar espantado (a) com o que lê. Acredite ou não, todos fomos enganados na escola (intencionalmente ou não), isso é fato. E há inúmeras referências bibliográficas para comprovar.
Se você tem medo de saber as verdades da História ou de personalidades históricas, não leia. Se é curioso e tem a mente aberta à descobertas, este livro é para você. Aguça seu senso crítico, alimenta sua curiosidade, faz você pesquisar fatos e versões.
"O Guia politicamente incorreto da História do Mundo" possui 320 páginas (algumas com destaque) e foi publicado pela editora Leya Brasil. Merece nota 9!

sábado, 12 de julho de 2014

Pirâmides do Egito




As pirâmides do antigo Egito foram construídas para abrigar as tumbas dos faraós, na crença de que a vida verdadeira começava depois da morte.
Cinturão de Órion

As três grandes pirâmides da meseta de Gizé estão distribuídas sobre o deserto de maneira idêntica, seguindo a disposição das três estrelas da constelação de Órion, que era o equivalente celestial do deus Osíris. Seu “cinturão” era o que os egípcios chamavam de Duat, uma espécie de “portal” pela qual a alma do faraó deveria passar para chegar a Amenti, a mais alta.

A Grande Pirâmide de Gizé é a única das Sete Maravilhas do Mundo Antigo que ainda está de pé. Foi construída durante o período do Império Antigo pelo faraó Quéops (Khufu, integrante da IV Dinastia – 2613 a 2498 a.C.) que, assim como seus antecessores, começou a planejar seu “lar da eternidade” ao assumir seu mandato.O ângulo de inclinação dos seus lados é de 54º54′. Sua base é um quadrado com 229 m de lado.  Mas, apesar desse tamanho todo, é um quadrado quase perfeito – o maior erro entre o comprimento de cada lado não passa de 0,1%, algo em torno de 2 cm, o que é incrivelmente pequeno.  A estrutura consiste em mais de 2 milhões de blocos de pedra, cada um pesando de duas a 20 toneladas. Se você tomar o perímetro da pirâmide e dividi-lo por duas vezes a sua altura, chegará ao número pi (3,14159…) até o décimo quinto dígito.  As chances de esse fenômeno ocorrer por acaso são quase nulas.  Até o século 6 d.C., o pi havia sido calculado só até o quarto dígito. A Grande Pirâmide pode ser a mais velha estrutura na face do planeta, é a mais corretamente orientada, com seus lados alinhados quase exatamente para o norte, sul, leste e oeste.  É um mistério como os antigos egípcios conseguiram tamanha precisão sem utilizar uma bússola – assim com é incrível que até agora ninguém tenha aparecido com uma explicação para o enigma.
Pirâmides do Egito
Ao que parece, todas as construções na planície de Gizé estão espetacularmente alinhadas.  No solstício de verão, quando visto da Esfinge, o Sol se põe exatamente no centro da Grande Pirâmide e de sua vizinha, a pirâmide de Quéfren.  No dia do solstício de inverno, visto da entrada da Grande Pirâmide, o Sol nasce exatamente do lado esquerdo da base da cabeça da Esfinge e passa toda a cabeça até se pôr ao lado direito de sua base.  A geometria das três pirâmides tem sido uma fonte de confusão por muitos anos, por causa da maneira aparentemente imperfeita com que foram alinhadas.  É curioso, porque foram os egípcios os inventores da geometria.
O lugar escolhido para a sua construção foi a margem esquerda do Nilo, a 12 quilômetros do Cairo. Sobre esta margem, normalmente eram construídos os cemitérios. Seus lados se orientam pelos quatro pontos cardeais, com o reflexo das sombras acusando com exatidão milimétrica os pontos essenciais do ano solar, fornecendo as datas precisas dos equinócios de primavera e outono e dos solstícios de inverno e verão.
Apesar dos egípcios não contarem com instrumentos ópticos como a bússola, eles faziam seus cálculos e medidas pelas estrelas. Sabiam que tudo no céu noturno estava em constante movimento, com exceção de um ponto escuro imóvel, que era reverenciado como eterno, a localização do próprio “céu”. Ao redor deste ponto duas estrelas especialmente brilhantes giravam em um círculo constante e, quando uma estava diretamente sobre a outra, era possível traçar uma linha perpendicular que atravessava o ponto escuro com total precisão. Estas estrelas que hoje conhecemos como circumpolares eram chamadas pelos egípcios de “indestrutíveis”.
Baseando-se nestas crenças e conhecimentos, Hemiunu (primo de Quéops e principal arquiteto da Grande Pirâmide) desenvolveu o projeto como uma “máquina de ressureição”. Na parede norte da Câmara do Rei existe uma pequena abertura que funciona como telescópio até as “indestrutíveis”, garantindo assim a viagem para a eternidade para o seu rei e para todos os que colaboraram na construção da pirâmide.
Na Câmara do Rei
Abdullah Al Mamún subiu ao trono em 813 d.C., fomentou as artes e as ciências e transformou Bagdad no centro do saber acadêmico.
Pirâmide de Quéops (ou Khufu)
No interior de sua tumba existem dois canais: o “Ascendente” e o “Descendente”. Este último, com 1,22 metro de altura e 1,05 metro de largura, percorre 105,15 metros até o centro da pirâmide. No final do túnel está a “Câmara do Caos”, mais de 35 metros abaixo do nível da meseta. Acredita-se que originalmente foi projetada para abrigar o corpo do faraó, e que planos posteriores fizeram com que a ideia fosse abandonada.
O “Canal Ascendente”, de 1,05 metro de largura por 1,20 metro de altura, termina na “Grande Galeria”, cerca de 23 metros de altura acima da base da pirâmide. No início, encontra-se outra passagem de 38 metros de percurso, chamado “Canal Horizontal”, que conduz até a “Câmara da Rainha”.
A “Câmara da Rainha” é uma habitação completamente vazia, de 5,65 metros de comprimento por 5,23 metros de largura, com altura que varia entre 4,17 metros e 6,30 metros. Sua localização é no centro do eixo norte-sul da pirâmide.
No final da “Grande Galeria”, de 46,05 metros de comprimento, 2092 metros de largura e 8,70 metros de altura, há uma antecâmara chamada “Câmara dos Rastelos”, com inúmeras ranhuras que na época serviram para dar suporte a distintos mecanismos de proteção que impedissem a passagem para a próxima Câmara do Rei.
Finalmente, encontramos a “Câmara do Rei”, construída inteiramente com granito de Asuan. Suas dimensões são: 10,481 metros de comprimento; 5,235 metros de largura e 5,858 metros de altura. Os muros são formados por cinco fileiras de pedra e o teto, por nove enormes pedras de granito que pesam aproximadamente 400 toneladas. Na parte oeste da câmara encontra-se um sarcófago de granito vermelho, sem tampa.
O relâmpago de Pochan
Petrie já havia observado que a face Sul da Grande Pirâmide apresentava uma anomalia inexplicável, pois a linha demarcatória da base tinha uma entrada de 94 cm no centro. Levando-se em conta que a linha reta que constitui os outros lados não apresentava erros maiores que 3 mm, estes 94cm implicavam num propósito perfeitamente definido. Petrie, entretanto, não pode encontrar a explicação desta aparente irregularidade.

Pirâmides no equinócio
Coube a outro piramidólogo (A. Pochan) encontrar a explicação. Trata-se de um fenômeno observável em nossos dias – apesar da atual deterioração das faces da pirâmide – em todos os dias de equinócio ao pôr do sol, quando uma metade da face Sul encontra-se iluminada e a outra metade escura. Pochan apresenta em seu livro uma fotografia feita pela Royal Air Force às 18 horas de um dia de equinócio, momento em que este fenômeno torna-se claramente visível. Pochan qualifica esta fotografia como “extraordinária”, e não é para menos, pois ela permite que se observe hoje (5.000 anos depois) este sutil fenômeno que acontece unicamente nos dias de equinócio – isto é, conforme os anos, em 21 de setembro e 21 de março, quando o sol passa, no seu desvio anual, pelo plano equatorial.
A análise do fenômeno – que tem a duração de 20 segundos – é extremamente importante do ponto de vista da análise tecnológica da goniometria piramidal, pois seria absurdo pensar que esta divisão do plano piramidal pelo meio fosse devida a um acidente fortuito acontecido durante a construção. Impõe-se aqui o propósito deliberado com a força de sua própria naturalidade e mostra a notável capacidade de levantamento goniométrico daqueles agrimensores, sempre que o ângulo formado pelos dois planos mede 27′ de arco. Além da capacidade construtiva que permite modelar, nesta ordem de medidas, uma superfície de quase quatro hectares (superfície de triângulos laterais da Grande Pirâmide), ressalta o fato de que o movimento do sol no equinócio corresponde a 23′ de arco a cada 24 horas. Este notável ajuste angular faz com que o fenômeno possa ser observado unicamente nos dias de equinócio – que foi o efeito buscado deliberadamente e com precisão pelos seus criadores.
Os povos antigos (gregos, romanos, orientais, americanos) mediam a duração do ano observando o momento em que a sombra de um pilar retrocedia no solstício. Plínio conta, a esse respeito, que Otávio Augusto utilizava para este fim o obelisco do Campo de Marte. Mas nem o matemático Manilio, que desenvolveu o dispositivo de Augusto, nem um astrônomo sequer do mundo antigo podia medir a duração do ano através da observação da sombra do equinócio. A Grande Pirâmide sempre ofereceu esta possibilidade; e é de se notar que, nos tempos em que seu magnífico revestimento de mármore amarelo encontrava-se intacto, devia ser um espetáculo impressionante observar, no por do sol do equinócio, sua face Sul dividida em duas metades: uma com um dourado brilhante e a outra já imersa nas sombras da noite. Assim mesmo, deve-se observar a ausência de referências a respeito desta peculiaridade tão notável nos textos dos cronistas antigos.
A análise do fenômeno permite, também, a observação de que o movimento dos continentes e as anomalias geodésicas produzidas nos últimos cinco mil anos não o afetaram. Pelo que podemos deduzir de análises já mencionadas, o deslocamento do continente africano em dois mil metros com relação ao paralelo 30 N, sua movimentação de 5’31” de Leste para Oeste e a inclinação da meseta de Gizé em 8′ com relação à horizontal atual são as irregularidades geodésicas detectáveis produzidas desde a data da construção do monumento. Entretanto, toda esta distorção geodésica é insuficiente para modificar a reprodução de dois em dois anos. A anomalia mais importante – a movimentação de 5’31” – foi, por outro lado, absorvida pelo excesso de 4′ na curvatura dos planos da face Sul.
O relâmpago de Pochan é uma prova conclusiva dos conhecimentos goniométricos e astronômicos dos antigos construtores, assim como das intenções científicas vinculadas à construção do monumento. Referindo-se a isto Pochan disse: “Como vemos, o conhecimento astronômico dos antigos egípcios era bastante superior ao que lhes é atribuído pelos arqueólogos modernos”.
Algumas Curiosidades
• Nome antigo: Horizonte de Jnum-Jufuy
• Nome Moderno: Grande Pirâmide de Gizé
• Faraó: Jnum-Jufuy (Khufu, Keops, Queope – IV Dinastia)
• Arquiteto: Hemiunu (primo do faraó)
• Volume: 2.592.968 metros cúbicos
• Localização geográfica: Egito, sobre a meseta de Guizé, a 12 quilômetros da cidade do Cairo.
• Superfície: A grande plataforma onde foi construído o conjunto monumental mede 1500 metros de norte a sul, por 2000 metros de leste a oeste.
• Altitude: 40 metros acima do Vale de Gizé.
• Localização: As três pirâmides estão dispostas por ordem de tamanho e antiguidade, seguindo um eixo que vai do noroeste ao sudeste.
• Evolução arquitetônica: Sua forma seguiu uma clara evolução, cujo ponto de partida são as mastabas. As etapas intermediárias representadas pela pirâmide de degraus de Dyoser, em Saqqara, de Esnofru, em Meidum e pela pirâmide romboidal de Dahshur, conduzem às pirâmides perfeitas de Gizé.
• Quantidade de trabalhadores: Calcula-se que a força de trabalho total na pirâmide foi de aproximadamente 4 mil homens entre pedreiros, carregadores e construtores.
• Tempo de construção: entre 23 e 30 anos.
Você sabia?
• A Grande Pirâmide de Gizé é a única das Sete Maravilhas do Mundo Antigo que ainda existe em nossos dias.
Comparação das pirâmides com outras edificações
• A altura original da Grande Pirâmide, que media 146 metros, reduziu-se em 9 metros devido à erosão.
• Foi o edifício mais alto do mundo, até a construção da Torre Eiffel em 1889.
• Os filmes de Hollywood alimentaram o mito de que foram os escravos que construíram as pirâmides. Na realidade o trabalho foi feito por camponeses, que receberam um salário do faraó.
• Desde a época dos gregos, esta construção é conhecida como a pirâmide de Quéops.
• Próximo à pirâmide de Quéops, foi encontrada a tumba de sua mãe, a rainha Heteferes, um dos poucos templos funerários que chegaram até nossos dias sem ser saqueados.
• Quando Tutankamon se transformou em faraó, a Grande Pirâmide já contava tinha 250 anos.
• A Grande Pirâmide é formada por 2.300.000 blocos de pedras individuais, cada um deles pesando cerca de 2,5 toneladas. A grande galeria mede 47 metros de comprimento e 8,48 metros de altura.
• Ao finalizar sua construção, a pirâmide pesava aproximadamente seis milhões de toneladas.
• A Grande Pirâmide está alinhada com os quatro pontos cardeais.
• Em 1798, antes da batalha das pirâmides de Gizé, Napoleão Bonaparte disse às suas tropas: “Soldados, do alto destas pirâmides, quarenta séculos de história nos contemplam”.
• Segundo o Papiro de Turim, a estrutura completa foi construída em aproximadamente 23 anos. Outras fontes indicam que a construção se desenvolveu durante 30 anos.
• Na área ocupada pela Grande Pirâmide caberiam oito campos de futebol. Para rodeá-la, é necessário caminhar quase um quilômetro e sua altura corresponde a um edifício de 40 andares.
http://discoverybrasil.uol.com.br/web/tutankamon/arte-e-arquitetura/piramide/
http://piramidal.net/2008/04/20/o-relampago-de-pochan/

quinta-feira, 10 de julho de 2014

Copa do Mundo 2014 em 4 atos: 4o ato (Argentina x Suiça)

Estação da Luz
Enfim chegou o dia da minha última partida no estádio. Dia 01/07/2014, oitavas de final ... perdeu, fora!!! Dia feliz por ser um jogo muito importante. Triste por ser o último a ver no estádio.
Como essa partida começa 13h, o dia começa de madrugada. 8h estamos de pé para arrumar tudo e partir para Itaquera.
Uma novidade: em Pinheiros começamos a encontrar suíços e argentinos. Não venham com reclamações, falando que já havíamos encontrado torcedores lá. Suíços ainda não ... argentinos não lembro. Os europeus quietos, com medo não sei se dos argentinos ou de serem roubados. Os argentinos em festa, cantando músicas zombando do Chile e do Uruguai. E do Pelé. Aquele "Maradona és más grande que Pelé" gruda no ouvido, mas ainda acho Pelé maior que Maradona.
A estação da Luz não estava tão cheia, embora tivesse muitos hermanos. Desta vez minha
Repórteres da FOX Sports do Japão
ex-hooligan-ex-ativista-militante-pró-cachorros estava de hermanita. Queria ver o Messi jogando e comemorar gols argentinos. No trem uma viagem tranquila com algumas provocações sem maiores consequências. E uma equipe da FOX Sports do Japão que só falava inglês e japonês. Já mencionei a facilidade de falar outros idiomas depois de beber? Ah é, já!
Passamos pelo shopping, almoçamos, bebemos ... uns 40 minutos antes do início do jogo tomamos o rumo do estádio. Muita gente no trajeto, mas a caminhada foi rápida., inclusive com pouca fila para passar no detector de metais e na catraca. O detalhe foi uma "mala" que não queria deixar a esposa entrar com um pente e um rolinho de uma fita para tirar pelo da roupa. O que será que ela achou que faríamos com esse material?!
Foto da partida
Já dentro do estádio subimos até nossa posição. Ainda bem que era um lance abaixo de onde ficamos antes ... muitos degraus a menos para subir. Lá chegando, veja só a sorte. Uma mulher toda de verde e amarelo, xingando os argentinos. E nós torcendo para eles (mais a esposa que eu). Não gostei do comportamento do pessoal, xingando do nada e decidi torcer MESMO para a Argentina. Perto havia mais algumas pessoas com cânticos ora engraçados, ora ofensivos. alguns argenti
Mais um pouco do jogo
nos olhavam com receio ... vai que falam algo e depois apanham.
Como eu havia dito, não existe jogo fácil nas oitavas. Mesmo Alemanha x Argélia, o jogo com a maior diferença técnica entre as equipes se tornou uma partida extremamente empolgante. Na minha opinião, o melhor jogo da Copa. Depois Inglaterra x Uruguai ... mas vamos voltar ao nosso jogo, certo?
Depois de um 0 a 0 suado no tempo normal o jogo foi para a prorrogação. E na prorrogação cada lance perto da área é quase uma sentença de eliminação. Até que aos 118 minutos de jogo (28 minutos da prorrogação) Lionel Messi consegue um espaço entre a defesa suíça e toca para Di Maria fazer o gol salvador. Enfim do lado onde estávamos ... muita festa dos hermanos, tristeza dos brasileiros que torciam para a Suíça e para os próprios suíços.
Suíços tristes ... argentino feliz!
Fiquei feliz. Depois de alguns momentos tensos minha patroa também estava feliz. Descemos e ficamos andando pelo estádio, conversando com os argentinos, fazendo vídeos, batendo fotos. Um brasileiro arranjou confusão com a PM enquanto os argentinos apenas comemoravam. 
Fomos perto do setor vip, procuramos o local por onde os ônibus das delegações sairiam, mas havia um bloqueio que mantinha a torcida distante. Frustrados, pegamos nosso rumo em direção ao shopping.
Torcida argentina comemorando
No trajeto muita cantoria, conversamos com alguns turistas ... comemos, bebemos (ninguém é de ferro, certo?). Passamos a tarde nos divertindo lá. Participamos da fanfest e à noite retornamos para casa, novamente exaustos e com um misto de alegria e tristeza. Alegria por ter visto o jogo e ver a seleção pela qual torcemos vencer. Tristeza porque seria o nosso último jogo da Copa a ser visto no estádio.
No caminho de volta, uma reflexão: por tudo que vimos, os argentinos queriam apenas festa. Alguns brasileiros, confusão. Não vimos nenhum argentino xingando, fomos tratados com respeito (no estádio, no trajeto, no shopping). Quanto aos brasileiros, alguns passaram e fizeram passar vergonha. E descobri que pelo menos na festa, no jogo, os arrogantes somos nós.

quinta-feira, 3 de julho de 2014

Copa do Mundo 2014 em 4 atos: 3o ato (Bélgica x Coreia do Sul)

Ida ao estádio
Quinta feira, dia 26/06/2014. Último dia da terceira rodada da fase de grupos. No dia seguinte teremos o primeiro dia de folga no torneio e aí ... ah, aí vem as oitavas de final. Perdeu, volta para casa.
O jogo estava marcado para 17h, mas o dia começa bem mais cedo. Levantar, arrumar a casa, limpar o quintal, cuidar de toda a turminha ... e sair bem mais cedo, afinal eu gostaria de ver um dos jogos do outro grupo perto do estádio.
Apesar de proibido, arriscamos levar o tablet. Deu certo, apesar das barreiras, do raio-X, das vistorias, entramos com ele no estádio. mas estou me adiantando ... hoje a patroa não estava de hooligan, mas sim de ativista pró-cachorro (afinal cachorro que é comida e aquele lanche de pão com salsicha).
Detalhe do estádio
Saímos bem mais cedo que o necessário para o estádio. Para variar, em Pinheiros começamos a encontrar os torcedores pegando o mesmo caminho. Curiosamente mais belgas que coreanos. Nem metrô, nem trem estavam lotados. Um pouco cheios sim, tanto que conseguimos ir sentados e tranquilamente. Nem os belgas nem os coreanos faziam muita festa? São quietinhos mesmo ou era a tensão?
No trem conhecemos um belga sortudo. Muito sortudo, diga-se de passagem. Acompanhado de um
amigo brasileiro que explicou tudo e ajudou na tradução. A ajuda foi necessária porque não havíamos bebido ainda e nesta Copa descobri que nosso inglês melhora com a quantidade de chopp ingerida. Quanto mais ingerimos, mais fluente ficamos. Voltando ao belga, ele foi escolhido pela empresa para realizar um trabalho no Brasil há apenas 3 meses da Copa. O trabalho a ser realizado aqui em São Paulo e adivinhe só qual seleção viajaria menos, inclusive jogando aqui: a Bélgica (que havia jogado logo ali em Belo Horizonte e Rio de Janeiro). Acha pouco? Ele não tinha
Eu e a "belgiana"
ingresso e ficou louco para ver sua seleção. Na imigração conheceu um holandês que trabalhava com a venda de ingressos para o evento. Trocaram contato e alguns dias antes da Copa, adivinhem novamente: o holandês ligou e disse ter conseguido 2 ingressos para o jogo em São Paulo. Sem problema, chamou o amigo brasileiro e lá estavam os dois indo para o jogo.
Ao chegarmos em Itaquera, não havia tanta gente assim. Estava cedo, fomos para o Shopping almoçar, beber, ver um pouco do jogo e então ir para o estádio. Antes conhecemos uma "belgiana"
quase da minha altura, muito simpática e bonita. Voltamos de metrô até Artur Alvim e fomos caminhando em meio ao povo. Estava bem mais tranquilo que no jogo Uruguai x Inglaterra. Chegamos um pouco cedo, não pegamos fila e começamos a procurar alguém para desenhar a bandeira belga no rosto da minha ativista. Confesso: cansei de andar. As pernas já estavam moles, o sol inclemente e após o que parecia ter ido a pé de Itaquera até Nova York achamos alguns belgas com as tintas para a tal pintura.
Minha ativista pintadinha
Ótimo ... enfim fomos para nosso lugar. Chegamos durante os hinos. O lugar era mais alto que nos jogos anteriores. Pouco depois sentam ao nosso lado uma senhora e sua neta, portadora de necessidades especiais. Ambas muito simpáticas, mas que pouco entendiam do jogo. Logo fizeram amizade com minha ex-hooligan-atual-ativista-militante-pró-cachorro. Entre um apoio e outro aos Les Diables Rouges, gritos contra os "comedores de cachorros". E sempre tudo devidamente explicado para a menina ao lado.
Ainda bem que estava quente, ao contrário da semana anterior. Anoiteceu e o jogo estava um pouco sonolento. Era engraçado ver o time coreano chegando mais à área belga e não chutando. Sempre aquele toquezinho a mais que atrapalhava. Tivessem chutado quando era possível talvez tivessem vencido o jogo.
Uma cena do jogo
Jogo morno, melhorou depois que os belgas abriram o placar em uma falha do goleiro, que ao invés de rebater a bola para a lateral, mandou para a frente do seu gol. Tudo bem, o jogador belga estava impedido (por muito pouco), mas ainda assim foi uma falha. Uns 10 minutos antes do fim do jogo algumas pessoas começaram a ir embora e a avó da garota perguntou se era bom fazer o mesmo. Orientamos a ir embora antes, porque ficaria muito perigoso a pequena sair no meio da muvuca. Logo elas saíram e ficamos na torcida para que desse tudo certo para ambas.
Detalhe da torcida
Fim de jogo e a seleção eleita para ser a surpresa do torneio vence novamente por 1 gol de diferença. Sem dar espetáculo, jogando um futebol (bem) pragmático, chegaram aos 9 pontos e vão encarar (já encararam, mas façam de conta que ainda não sabem, tá?) os Estados Unidos.
Jogo encerrado, hora de ir embora, para o shopping beber mais claro. Jantamos, bebemos e fomos à
festa (que estava muito fraca). Ficamos um pouco, a patroa comprou um espeto de churrasquinho de gato e demos a carne para um cachorro faminto (chupem coreanos!).
Após o transporte ter esvaziado, viemos para casa e chegamos às 23h. Tempo, ânimo e força suficiente apenas para tomar banho, cuidar da turma e capotar na cama.
A depressão pós-Copa estava chegando. E nosso último jogo no estádio também, infelizmente.