quinta-feira, 3 de julho de 2014

Copa do Mundo 2014 em 4 atos: 3o ato (Bélgica x Coreia do Sul)

Ida ao estádio
Quinta feira, dia 26/06/2014. Último dia da terceira rodada da fase de grupos. No dia seguinte teremos o primeiro dia de folga no torneio e aí ... ah, aí vem as oitavas de final. Perdeu, volta para casa.
O jogo estava marcado para 17h, mas o dia começa bem mais cedo. Levantar, arrumar a casa, limpar o quintal, cuidar de toda a turminha ... e sair bem mais cedo, afinal eu gostaria de ver um dos jogos do outro grupo perto do estádio.
Apesar de proibido, arriscamos levar o tablet. Deu certo, apesar das barreiras, do raio-X, das vistorias, entramos com ele no estádio. mas estou me adiantando ... hoje a patroa não estava de hooligan, mas sim de ativista pró-cachorro (afinal cachorro que é comida e aquele lanche de pão com salsicha).
Detalhe do estádio
Saímos bem mais cedo que o necessário para o estádio. Para variar, em Pinheiros começamos a encontrar os torcedores pegando o mesmo caminho. Curiosamente mais belgas que coreanos. Nem metrô, nem trem estavam lotados. Um pouco cheios sim, tanto que conseguimos ir sentados e tranquilamente. Nem os belgas nem os coreanos faziam muita festa? São quietinhos mesmo ou era a tensão?
No trem conhecemos um belga sortudo. Muito sortudo, diga-se de passagem. Acompanhado de um
amigo brasileiro que explicou tudo e ajudou na tradução. A ajuda foi necessária porque não havíamos bebido ainda e nesta Copa descobri que nosso inglês melhora com a quantidade de chopp ingerida. Quanto mais ingerimos, mais fluente ficamos. Voltando ao belga, ele foi escolhido pela empresa para realizar um trabalho no Brasil há apenas 3 meses da Copa. O trabalho a ser realizado aqui em São Paulo e adivinhe só qual seleção viajaria menos, inclusive jogando aqui: a Bélgica (que havia jogado logo ali em Belo Horizonte e Rio de Janeiro). Acha pouco? Ele não tinha
Eu e a "belgiana"
ingresso e ficou louco para ver sua seleção. Na imigração conheceu um holandês que trabalhava com a venda de ingressos para o evento. Trocaram contato e alguns dias antes da Copa, adivinhem novamente: o holandês ligou e disse ter conseguido 2 ingressos para o jogo em São Paulo. Sem problema, chamou o amigo brasileiro e lá estavam os dois indo para o jogo.
Ao chegarmos em Itaquera, não havia tanta gente assim. Estava cedo, fomos para o Shopping almoçar, beber, ver um pouco do jogo e então ir para o estádio. Antes conhecemos uma "belgiana"
quase da minha altura, muito simpática e bonita. Voltamos de metrô até Artur Alvim e fomos caminhando em meio ao povo. Estava bem mais tranquilo que no jogo Uruguai x Inglaterra. Chegamos um pouco cedo, não pegamos fila e começamos a procurar alguém para desenhar a bandeira belga no rosto da minha ativista. Confesso: cansei de andar. As pernas já estavam moles, o sol inclemente e após o que parecia ter ido a pé de Itaquera até Nova York achamos alguns belgas com as tintas para a tal pintura.
Minha ativista pintadinha
Ótimo ... enfim fomos para nosso lugar. Chegamos durante os hinos. O lugar era mais alto que nos jogos anteriores. Pouco depois sentam ao nosso lado uma senhora e sua neta, portadora de necessidades especiais. Ambas muito simpáticas, mas que pouco entendiam do jogo. Logo fizeram amizade com minha ex-hooligan-atual-ativista-militante-pró-cachorro. Entre um apoio e outro aos Les Diables Rouges, gritos contra os "comedores de cachorros". E sempre tudo devidamente explicado para a menina ao lado.
Ainda bem que estava quente, ao contrário da semana anterior. Anoiteceu e o jogo estava um pouco sonolento. Era engraçado ver o time coreano chegando mais à área belga e não chutando. Sempre aquele toquezinho a mais que atrapalhava. Tivessem chutado quando era possível talvez tivessem vencido o jogo.
Uma cena do jogo
Jogo morno, melhorou depois que os belgas abriram o placar em uma falha do goleiro, que ao invés de rebater a bola para a lateral, mandou para a frente do seu gol. Tudo bem, o jogador belga estava impedido (por muito pouco), mas ainda assim foi uma falha. Uns 10 minutos antes do fim do jogo algumas pessoas começaram a ir embora e a avó da garota perguntou se era bom fazer o mesmo. Orientamos a ir embora antes, porque ficaria muito perigoso a pequena sair no meio da muvuca. Logo elas saíram e ficamos na torcida para que desse tudo certo para ambas.
Detalhe da torcida
Fim de jogo e a seleção eleita para ser a surpresa do torneio vence novamente por 1 gol de diferença. Sem dar espetáculo, jogando um futebol (bem) pragmático, chegaram aos 9 pontos e vão encarar (já encararam, mas façam de conta que ainda não sabem, tá?) os Estados Unidos.
Jogo encerrado, hora de ir embora, para o shopping beber mais claro. Jantamos, bebemos e fomos à
festa (que estava muito fraca). Ficamos um pouco, a patroa comprou um espeto de churrasquinho de gato e demos a carne para um cachorro faminto (chupem coreanos!).
Após o transporte ter esvaziado, viemos para casa e chegamos às 23h. Tempo, ânimo e força suficiente apenas para tomar banho, cuidar da turma e capotar na cama.
A depressão pós-Copa estava chegando. E nosso último jogo no estádio também, infelizmente.

Nenhum comentário: